
Rockstar Games escalou uma montanha com GTA V. O jogo tem belos gráficos, ótima trilha sonora e, além de tudo, a melhor jogabilidade de todas as versões da franquia. Pelo visto, a ambição da empresa era de reunir uma boa história e uma experiência incrível de imersão e interação. Com o game, ela subiu bem alto. Não chegou ao topo da montanha, mas criou um belo caminho a ser trilhado.
Para quem esperava ansioso pelo lançamento, GTA V atinge as expectativas, mas também traz um entusiasmo novo, algo inédito nas aventuras de mundo aberto. O jogo em si parece perfeito, mas é, ao mesmo tempo, um esboço do que está por vir.
Enfim, talvez seja interessante falar como ele é em comparação com seu antecessor, o GTA IV, lançado em 2008. A versão nova tem gráficos muito melhores, mesmo se jogada em um computador exatamente igual. O mundo está mais interessante e as missões, mais variadas. O game é mais longo (possivelmente com o mesmo número de horas do GTA IV, somando os dois pacotes de expansão), mais bem arquitetado, com menor tom de seriedade. A falha do novo GTA é não ter um personagem muito convincente na trama, como era Niko Bellic. No mais, também tem tanques e aviões.
Como nos jogos anteriores da franquia, GTA V é tiro em terceira pessoa em um mundo aberto tridimensional. O espaço onde se passa é uma recriação de Los Angeles e seus desertos, florestas, montanhas, lagos e pequenas cidades.
A Los Santos é, então, uma paródia completa, com estações de rádio, celebridades falsas, internet de mentira, além sátiras da política norte-americana e da cultura pop. Vale lembrar que estamos falando de um jogo no qual existem lojas de armas chamadas Ammu-Nation. Esse mundo é repleto de pessoas de mau caráter, onde quase todas são um estereótipo. Entre elas estão playboys do sistema financeiro, agentes corruptos do governo, estrelas sem cérebro, jogadores burros e advogados durões. O universo criado é imenso, variado e recheado com diferentes tipos sociais cômicos. Tudo isso está lá para sua diversão.
A mudança mais notável na fórmula da série foi nos protagonistas. Sim, agora são três personagens a serem controlados. Em vez do ambicioso Tommy Verceti ou do relutante Niko Bellic, o jogador de GTA V pode alternar entre cada um do novo trio em Los Santos e no vasto Blaine County, ao norte do mapa. Cada um deles tem sua parte a ser jogada e narrativa própria.
Basicamente, são três homens que vivem diferentes vidas, com a única semelhança de serem todos criminosos. Franklin Clinton é um nativo do Centro Sul, com um péssimo emprego em uma distribuidora de carros, e que sonha em cometer grandes crimes. Michael De Santa é um ladrão de bancos aposentado e vive na versão fictícia de Beverly Hills, onde mora com sua esposa (que o trai com seu instrutor de tênis e seu professor de ioga), sua filha que tenta conseguir uma oportunidade em shows de talento e seu filho, um preguiçoso que passa seus dias falando besteira e em jogos de violência online, além de difamar celebridades em uma representação do Twitter. O terceiro e último protagonista é Trevor Phillips, antigo colega de crimes de Michael. Um traficante de metanfetamina que vive em um trailer. O personagem, que está sempre gritando, tem tatuado em seu pescoço uma linha e as palavras "corte aqui". Ele é o psicopata do trio. Quando os três se reúnem, logo começam a planejar e a cometer uma série de crimes.
Esse novo sistema de jogo muda completamente a estrutura antiga, na qual um personagem tinha de percorrer todo o mapa, roubando carros e encarando o trânsito. Agora o jogador pode mudar a qualquer momento de lugar, a partir da seleção entre Franklin, Michael e Trevor.
Por boa parte da trama é permitido escolher com quem jogar, por meio de um pequeno círculo que surge no canto da tela, mostrando informações sobre eles. Quando um é selecionado, a câmera sobe e viaja até o local onde ele estiver. O tempo de cada mudança pode variar, mas em geral são 30 segundos de espera. O legal em tudo isso é que cada um dos três não fica aguardando sua vez - todos seguem suas atividades normalmente, e elas são informadas ao jogador, quando ele decide fazer a troca. Os dias de Trevor parecem ser os mais impressionantes. Ele pode ser visto bêbado usando apenas meias ou amarrando outro cara em um píer.
Nesse sistema, o jogador não pode controlar onde seu personagem estará. Quem decide isso é o próprio jogo, e a localização exata de cada um é sempre uma surpresa, o que adiciona uma variável interessante à formula do game. Podemos comparar a mudança entre cada um deles com canais de televisão: você pode ter uma ideia do que vai encontrar, mas nunca sabe o que acontece nos outros programas, a menos que mude de canal.

Quando uma missão é escolhida, o jogo o direciona para uma sequência de acontecimentos, com cenas de corte e tarefas definidas, semelhante ao sistema dos antecessores. A diferença mais legal é que agora alguns objetivos envolvem mais de um personagem, o que permite ao jogador alternar entre eles. Nesses casos as trocas acontecem imediatamente, e não com as cenas de transição.
Muitas vezes as trocas de personagem nas missões são mínimas, como colocar Michael para se proteger de um tiroteio atrás de um carro, enquanto Trevor dá cobertura com uma sniper no topo de um prédio. No entanto, outras vezes elas serão surpreendentes, como a seleção entre um personagem dentro de um trem que cruza uma ponte e outro que o espera em um barco no rio, logo abaixo. Durante algumas missões, o próprio jogo alterna entre os três, mas, mesmo assim, cria uma noção nova sobre a ação, que agora parece mais a união de atividades simultâneas entre os envolvidos nos roubos.
Além de tudo isso, o jogador que se entregar ao que esse novo mundo oferece, como as missões principais e paralelas, mini-games e outros passatempos, deve dar preferência para um dos três protagonistas, com quem vai passar a maior parte do tempo e fazer aquilo que a franquia GTA sempre permitiu: roubar um conversível, escutar às estações de rádio, cruzar estradas a toda velocidade, fugir da polícia e, além disso, parar para um jogo de dardos ou invadir uma base militar.
Alguns jogadores de GTA ignoram as missões principais e jogam por horas apenas para aproveitar o caos criado na cidade, mas outros preferem seguir a história e terminar de um jeito linear. Quando jogo em mapas abertos, procuro andar por aí e ver tudo que o mapa oferece. Enquanto escrevia esta resenha, explorei Los Santos e Blaine County por muito tempo, em vez de ir pulando de missão em missão. A verdade é que sou aficionado por bons cenários e sidequests e, para minha sorte, GTA V está cheio dos dois.
Quem quiser equilibrar a história principal com missões paralelas deve ter em torno de 30 horas de jogo, mas quem prefere fazer tudo de uma vez pode terminar muito mais rápido.
Nas primeiras 11 horas de jogo, ainda não havia feito nem o primeiro grande roubo e nem liberado o terceiro personagem. Consegui ver os créditos somente após 42 horas com o controle nas mãos, 69 missões principais e 33 sidequests completas. Mesmo assim, o tempo que passei com cada um dos três acabou sendo quase idêntico.
Entrar no game desse jeito me permitiu conhecer a história devagar, passando por várias atividades paralelas. Cada uma delas abria novas possibilidades dentro daquele mundo e mais missões especiais, como fazer base-jumping, o que me fez conhecer melhor cada protagonista. Deixar de fazer esse tipo de coisa limita sua experiência de jogo. Você vai perder uma corrida na praia com uma bela mulher, não vai roubar celebridades da alta sociedade e não vai ver como Trevor lida com seus problemas de imigração.
Mas mesmo que você faça todas as missões paralelas, explore ao máximo o mapa, o jogo vai impor alguns limites. Se você for para as fazendas de Blaine County's, nunca poderá ver a prisão de lá, ou ver os jogos no estádio. Isso pode parecer um defeito, mas é só uma demonstração da vastidão do jogo e do que o enredo permite ao jogador.

De qualquer forma, o este mundo criado oferece incontáveis caminhos, e cada cenário guarda seus segredos, como itens colecionáveis - em todas as 42 horas de jogo encontrei apenas três. Existe tanto a ser explorado que realmente parece com a geografia do mundo real. Se enormes lagos, um celeiro abandonado, uma boa bicicleta ou uma enorme montanha não são o suficiente para você, é melhor buscar um mundo mais fantástico para jogar.
Parcialmente retirado de:
fonte: http://jogos.br.msn.com/consoles/xbox360/grand-theft-auto-v-ele-esta-a-altura-da-expectativa-1?
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